quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Entrevista do Daniel para o The Province




Confira a entrevista traduzida do Daniel para o The Province:
”Me dê sua mão”
Daniel Radcliffe guia minha mão pela sua nuca, onde fios de arreio estão escondidos por baixo de seu cabelo desgrenhado. Os arreios seguram um par de chifres, a assinatura de seu novo filme de suspense, ”Horns”.
”Próteses são ótimas hoje em dia, isso [arreio] é igual a uma transfer tattoo (aquelas tatuagens que vem em um papel e, após molhar, ficam fixadas na pele) – eles apenas descascam atrás e sai”  O ator de 23 anos afirmou.
Também existe um pouquinho de retocamento. Radcliffe senta na cadeira para se maquiar por 45 minutos por dia para que o efeito seja criado, e mesmo que de perto pareça estranho, os chifres realmente parecem estar saindo de sua cabeça.
Radcliffe é um veterano de efeitos visuais em filmes – ele se lembra de uma máscara de rosto inteiro que teve que suportar nas filmagens finais de Harry Potter e que envolveu duas horas e meia numa cadeira de maquiagem por dia.
Numa semana (Halloween) em que milhares de crianças por todo mundo estarão vestidas como o menino de óculos com cicatriz de em forma de raio, Radcliffe terá seguido em frente.
Em Horns, do romance de Joe Hill, Radcliffe estrela como Ig Perrish, um cara que acorda para descobrir que é o principal suspeito da morte de sua namorada com um par de chifres misteriosos.
” É uma história de metamorfose, mas o que realmente me deixou animado é que a história não era nada que eu já tivesse lido.” Ele diz. ”Era ao mesmo tempo incrivelmente obscuro –  realmente obscuro e violento, cheio do clássico de terror – e um senso de humor bem seco.”
Nesse dia chuvoso, elenco e equipe trabalham na igreja St. Helen’s no Surrey, que tem 102 anos. O personagem de Radcliffe, Ig, confronta no cemitério da igreja o padre interpretado pelo ator canadense Jay Brazeau pedindo por ajuda.
Radcliffe, Brazeau e o diretor francês Alexandre Aja (Quadrilha de Sádicos) conferem entre relâmpagos e trocas de câmeras as filmagens, e enquanto a equipe ajeita o set, Daniel se separa e se apresenta. É uma cena de dialogo forte, ”que eu adoro”, afirma Daniel, mantendo o sotaque americano de seu personagem.
”A natureza de Horns faz com que sempre que encontre alguém (como personagem), eles me digam seus segredos mais intensos e obscuros. Então, até mesmo as menores cenas se tornam intensas.”
Quanto ao sotaque americano, ”Há algumas palavras, como murderer (assassino em inglês) que é muito dificil, pois tem muitos r’s, assim como girlfriend (namorada). Infelizmente, essas são as duas palavras que eu mais uso no filme.”
Geralmente as estrelas deixam para que seus assessores os apresentem às pessoas nos sets, mas Daniel não se enquadra nessas formalidades. ”Ele é um cara fácil de se aproximar” Disse Brazeau, em uma entrevista separada. Brazeau fez sua primeira cena uma semana antes, com o ator David Morse, mas mesmo assim Daniel apareceu para dizer olá.
Como todos os pais desta geração, Brazeau passou os últimos 10 anos levando seus dois filhos, agora crescidos, aos filmes de Harry Potter. ” É muito difícil sair de onde ele saiu, porque todas as pessoas esperam que você seja a mesma pessoa.” Disse Brazeau. ”Aquela mesma coisa que você faz e que te torna famoso tem que ser deixada para trás muitas vezes para que você cresça na carreira de ator.”
”Ele fez coisas incríveis, como a Broadway” afirmou Brazeau, notando a participação recente de Radcliffe na peça Equus e no musical How To Succeed In Business Without Really Trying. ”Agora ele está fazendo algo totalmente diferente de novo.”
O elenco de Horns também conta com outras estrelas como Max Minghella, Joe Anderson e Juno Temple em personagens de apoio. Na fotografia, temos o diretor Fred Elmes, que deu ao filme Veludo Azul, de David Lynch, seu clima assustador.
”É uma época realmente muito boa para mim” Radcliffe disse. ” Eu cheguei ao ponto de poder dar um passo para trás e perceber o quão bom esse ano tem sido”
Desde o final de Harry Potter, Radcliffe recebeu ótimas revisões pelo filme de suspense The Woman In Black (A Mulher de Preto)
Terminados e esperando suas estréias estão Kill Your Darlings, com Radcliffe interpretando o poeta Allen Ginsberg, e a comédia romântica The F Word, filmado em Toronto, Canadá, com Mike Dowse como diretor. Radcliffe também participou da série de tv britânica A Young Doctor’s Notebook, junto com o ator Jon Hamm.
”Eles são todos diferentes, interessantes e estranhos.” Disse Radcliffe ”Eu sinto que os melhores trabalhos de minha carreira foram feitos este ano”. Ele diz que ainda precisa lutar pelos papéis que quer, notando que o diretor Aja, de Horns, estava procurando outros atores. ”Na época, The Woman In Black tinha acabado de surgir. Eu estou muito ‘crú’ fora de Potter na consciência de muitas pessoas. Eu fiz Equus e How To Succeed, mas os diretores que não me assistiram não saberão do que sou capaz.”
Mas, diferentemente de muitas estrelas de franquias – pergunte a Pierce Brosnan sobre Bond – Radcliffe não se importa de falar dos anos em que interpretou Potter. Ele sabe que tem uma legião de fãs que o seguirão para onde ele for. ”Quando eu fiz Equus, sabia que muitas pessoas que viriam ver o show não viriam vê-lo se não fosse por mim. Isso é muito bom de se ver”.
Ele aprecia os filmes de Potter como um aprendiz. ”Os atores que eu realmente admiro, como Alan Rickman, eles estão ainda aprendendo.” Ele disse, notando que Alan Rickman deu a ele conselhos quanto a sua peça Equus. ”Alan foi grande por me ajudar, definitivamente. Ele me levou para sair algumas vezes e me deu algumas dicas. Ele é um grande apoio.”
Radcliffe tinha 11 anos quando começou a atuar em Potter. ”Quando você vê o produto terminado, tanto tempo passou e você é uma pessoa diferente e um ator diferente. Eu sempre olharei para Potter e falarei ‘Cara, se eu pudesse fazer tudo agora…’. É após o quinto filme que você percebe que eu realmente estou me tornando um ator. Mas eu acredito que esse processo nunca se completará.”

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